domingo, 26 de agosto de 2012

A FUNCIONÁRIA PÚBLICA INFORMA



RETIROU- se PARA PASSAGEM PELA OFICINA PARA REVISÃO E MUDANÇA DE PEÇAS . NO  REGRESSO ENTRARÁ EM  MODO  " FURACÃO ANDARILHO " .
Regresso improvável antes de Outubro. Residência nos próximos tempos " JARDIM PÚBLICO DE BEJA .

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Viver Abril em Maio!


São 3 horas da manhã e ainda estou no computador! Não estou sozinha. Em Lisboa , na Casa da Achada, no Porto na Fundação Serralves, em Amien na Associação Cardan, outros, muitos, trabalham furiosamente nestes dias.

Estamos em Plena Leitura Furiosa:  uma atividade fabulosa,  criada pela  Associação  Cardan, desenvolvida em Portugal pela Casa da Achada e que acontece em Maio,  uma espécie de ABRIL em  MAIO  onde, por três dias,  se vive um IMENSO pedaço de vida, de verdade.  Uma experiência humana fabulosa!

Viver em Maio, aquilo que de mais precioso nos vai ficando de Abril : a liberdade do pensamento e dos afetos – é um privilégio. 

Acabei de receber e ler o texto que o Afonso Cruz escreveu com o seu grupo. Dentro de algum tempo chegará o  da  Conceição Ruivo. Duas pessoas muito especiais. Em Beja serão ilustrados pela Susa Monteiro e pelo Paulo Monteiro. Enquanto espero, de outros lugares - Porto , Amien,  Lisboa -  vão chegando : histórias, poemas, canções, cartoons, ilustrações – lentamente…  unindo   umas centenas de pessoas num imenso puzzle de amores e desamores pela  leitura, pela vida.

Acabei de receber um texto de  Regina Miranda , feito a Norte com adolescentes, agora  as ilustrações do Alberto Péssimo , tantas . Dezenas de textos e ilustrações vão chegando a conta gotas,  textos  construídos em parceria com  velhos, refugiados, adolescentes, mulheres e homens que nestes dias ganham consciência sobre o que é criar, o que é a leitura, a força da palavra.

Imagino como ficarão os olhos de X, Y , Z, quando escutarem de H,  as palavras de embalo  que lhe habitam o peito e a memória. Quinze homens, quinze histórias que queremos todos , que venham a ter um final feliz. Obrigado malta da Horta. Imagino e guardo.

Sei que quando escutarem os textos, os olhos da Helena  e da Gisela, do Márcio e restantes técnicos  , ficarão mudos de emoção e todos daremos por bem aproveitadas , as 10 , 12 , 14 horas , destes últimos dias de trabalho: horas EXTRAORDINÁRIAS!

Recebo e arquivo. Organizo. Confiro. Tudo tem de estar pronto amanhã à tarde para a Susa Monteiro fazer a maquete da brochura , que será impressa domingo de manhã pelo Gomes e pela Florbela , apresentada no Domingo, lida e cantada pelo David Silva, pela Ana Oliveira , pelo Serafim.

Gostava que a casa estivesse cheia. Que todos fossem escutar as palavras , as histórias que contam  as alegrias e dores, as gratidões e ingratidões dos dias,  os quotidianos e sobretudo as ESPERANÇAS. 

Dar voz a quem não tem voz : esse é também o papel de uma Biblioteca. PÚBLICA!
E só agora me lembrei: - Porra! Esqueci-me de picar o ponto !

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Bibliotecas sem sono


 http://youtu.be/G463Dx201jw
http://www.livrosminiatura.com  . projecto de João Lizardo  -)

Existem bibliotecas improváveis:
bibliotecas de caixas de fósforos
bibliotecas de brinquedos de madeira ou latão
bibliotecas de papel
Existem bibliotecas de livros do tamanho de um bago de milho
que pulsam na palma de uma mão.
Existem bibliotecas improváveis
as que se reinventam sem parar
as que ardem
as que crepitam mesmo nos dias mais frios.
Existem bibliotecas cheias de ar, vazias,
outras , cheias de risos, palmas.
Almas.
Ora casa, ora abrigo, porto de chegada e de partida
dos seus únicos senhorios: os leitores e os não leitores.
Algumas bibliotecas acreditam.
Viveram tantas histórias que estão condenadas a acreditar.
São de todas as mais raras.
Teimam em iluminar rumos
sinalizar o chão firme da cultura da palavra
da  boa palavra
como a saída para a construção do Homem Novo.
Por acreditarem tanto
que  um dia vai ser possível abraçar
todos os que habitam
esse lugar improvável,
reerguem-se permanentemente:
a cada ausência, a cada encantamento,
a cada riso de menino, a cada aplauso,
a cada poema lido ou cantado
a cada memória …
São bibliotecas sem sono.

                                                                                                                                                 Ao  Mestre

terça-feira, 24 de abril de 2012

De repente



Este ano as andorinhas demoraram a chegar.
e de repente
chegaram.
Agora sim
gorjeiam na janela.
Escuto-as sem entender.

Repetem velhos rituais.
As andorinhas sabem que só os rituais ajudam a preparar o tempo
o que passou e o que ainda virá.
As andorinhas sabem naturalmente

No final do Verão
um dia
de repente
darei conta que partiram

Aos beirais mudos
ao silêncio agitado
perguntarei:
- Voltarão?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

CORTAR !!!! ?

Era uma vez um país desgovernado.Os Governos que o governaram, sempre foram composto por gente bem governada, que tomava todos os dias decisões bem governadas´e ninguém compreendia como é que, com governantes tão bem governados , o país estivesse naquela vergonha.
- Para tantos problemas no governo da Nação~, só há uma solução! – Anunciavam aos quatro ventos o primeiro , o segundo, o terceiro , o quarto poder , o quinto … todos a uma só voz: Cortar!!!! ( O poder nos países mal governados fala sempre uma voz. O de hoje e o de sempre.Partilham afinidades naturais, cumplicidades várias e o elevado sentido de missão.

Em todos os lugares a palavra ressoou imensa, percorrendo todos os poderes que tinham o poder de cortar. Ampliou-se por toda a estrutura e o país envergonhado deixou-se cortar inteiro. Uns confiantes, outros impotentes, uns incrédulos, outros indiferentes , enquanto meticulosamente os governantes no poder, se governavam.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Quase que aposto ...

" O editor da Teorema e a editora da Estrela Polar, assim como os dois gestores de marca, o da Dom Quixote e o da Asa, estão entre as mais de 30 pessoas de diversos sectores que o grupo editorial Leya está a despedir desde terça-feira, no Porto e em Lisboa, alegando extinção de postos de trabalho. " assim começava a notícia do Jornal Público, que escondia o nome de José Oliveira, como um dos dispensados.

Vai por bom caminho a edição em Portugal, quando dispensa editores do perfil e da qualidade de José Oliveira. Vai por bom caminho a Leya quando se dá ao luxo de prescindir do saber, da competência, da paixão , de um editor como o José Oliveira e... quase que aposto que esta extinção tem um sabor a revanchezinha, a acerto de contas, mascarada com as contingências dos novos mercados ... no que estas , as contigências , tem de mais abjecto . Um abraço para o José Oliveira , de quem trabalha em leitura pública e muito tem para lhe agradecer enquanto editor.
Um abraço de Beja e que o cante nos acompanhe.
http://youtu.be/AwPQ661_7ms

sábado, 7 de janeiro de 2012

deixar ir o coração...

Escuto notícias, leio jornais, vejo televisão. Pelos meus olhos desfila o lodaçal da crise, da dívida, os rumores maçónicos, os silêncios da Opus Dei, o jogos financeiros do grande capital, os arbítrios de decidirem sobre o nosso destino , não tendo para isso legitimidade. Vejo repetida, vezes sem fim, na mais perfeita impunidade, a promiscuidade da política, os negócios das grandes figuras, que hoje pensaram o pais quando eram governo, e hoje governam o pais a partir das grandes empresas…
Vejo as birras, as questiúnculas gratuitas, a inflexibilidade na negociação, dos poderes e das oposições. Quem agora é oposição critica, o antes fez quando foi governo. E quem é governo faz o que antes criticava quando era oposição. Todos andam esquecidos que a sua única razão de existir são as pessoas, todas as pessoas!
Às vezes apetece-nos gritar:
- Deixem-se de merdas e entendam-se, para ver se pomos esta Porra a funcionar!
Tomo alento e sigo o rumo daqueles, muitos, mas também cada vez menos, que mesmo assim continuam a fazer, a criar ... já tinha saudades de te escutar Zé Mário.